PONTO FOCAL - VOLUNTÁRIADO

 

Rede de voluntários atua em diversas frentes para apoiar população no Rio Grande do Sul
Grupo de Porto Alegre chega a confeccionar 300 cobertores por dia, além montarem marmitas, kits infantis e de higiene para adultos. Arrecadações de todas as partes do país são distribuídas, principalmente pela FAB e pelos Correio  
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Fotos: André Oliveira e Roberta Aline/ MDS e arquivo pessoal (sentido horário, a partir da imagem à esq. superior)

Amobilização para ajudar o Rio Grande do Sul continua ativa em todo o Brasil e se tornou uma referência em campanha de solidariedade no país. Durante os mais de 20 dias de enfrentamento aos impactos das enchentes, voluntários se mantêm firmes no objetivo de amparar quem perdeu as próprias referências nas inundações.

Por meio da campanha O Brasil Unido pelo Rio Grande do Sul, do Governo Federal, já foram arrecadadas 6,2 mil toneladas de donativos, conforme dados divulgados pelo Ministério da Defesa. Desse montante, 3,6 mil toneladas (equivalente a 60% do total) foram arrecadadas por militares em cooperação com voluntários, empresas privadas e agências governamentais.

A gente começou com doações individuais para montar marmitas e enviar aos abrigos. Então, com a chegada do frio, que é muito rigoroso aqui no estado, começamos a confeccionar cobertores"

Monique Thomé, arquiteta e voluntária

As Bases Aéreas do Galeão (no Rio de Janeiro), de São Paulo e de Brasília estão centralizando as coletas. Além de receber o material, a Força Aérea Brasileira (FAB) transporta as doações por via aérea aos locais mais atingidos pelas enchentes. As missões buscam trazer mais agilidade no atendimento às famílias, já que ainda há estradas obstruídas.

Em outra frente de estímulo às doações, mais de 10 mil agências dos Correios continuam sendo ponto de coleta de insumos para enviar à população no estado. A prioridade de doações é água potável, seguida por alimentos da cesta básica, material de higiene pessoal, material de limpeza, cobertores e ração para animais. Agências de São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina, Bahia, Pernambuco e Distrito Federal aceitam as doações. Os Correios já transportaram de 2,7 mil toneladas de doações. 

Voluntariado na ponta

Moradora de Porto Alegre, a arquiteta Monique Thomé, 31 anos, está desde o primeiro dia envolvida com o trabalho voluntário na capital gaúcha. Também impactada pelo desastre, sem abastecimento de água em casa por mais de uma semana, Monique se juntou a amigos que poderiam ajudar as pessoas que não têm mais para onde ir. As redes sociais têm sido aliadas fundamentais para manter essa rede de apoio, por meio de compartilhamentos que estimulam as doações.

Fotos: Divulgação
O grupo, que começou com cinco voluntários, hoje envolve mais de 30 pessoas. “A gente começou com doações individuais para montar marmitas e enviar aos abrigos. Então, com a chegada do frio, que é muito rigoroso aqui no estado, começamos a confeccionar cobertores. Depois, conforme a necessidade, a gente passou a montar kits infantis - com fralda, lenço, roupinha, mamadeira – e kits de higiene pessoal para adultos. E nessa medida o grupo foi crescendo, pessoas que não conhecíamos chegaram e seguem conosco”, contou a voluntária.

Segundo Monique, diariamente são montados dezenas de kits, enquanto a produção de cobertores chega a até 300 por dia. Tudo feito nos estabelecimentos comerciais de pessoas do grupo que se tornaram verdadeiras cozinhas solidárias e confecções cheias de máquina de costura.

“Todos somos pequenos empreendedores, eu sou autônoma, outros amigos têm bar, restaurante, loja de roupas. E nós também fomos impactados por essa situação. Hoje, alguns desses lugares viraram ponto de produção e coleta de doações. Em outros, a inundação chegou”, prosseguiu Monique.

“Fiquei sem tomar banho por uma semana, por exemplo. Temos também a preocupação de como vamos ser amparados depois disso, porque tivemos que parar nosso trabalho. O dinheiro que hoje cai na conta é somente de doações e é para lá que ele vai”, desabafou a arquiteta. “E o que nos choca é que a demanda de doações continua muito elevada, por isso não paramos. É muito sério tudo que está acontecendo”, concluiu.

A prestação de contas das doações em dinheiro ou pix, recebidas pelo grupo de Monique, é feita todos os dias via redes sociais. As marmitas, os kits infantis e adultos e também os cobertores são destinados para comunidades indígenas e abrigos que acolhem pessoas na região metropolitana de Porto Alegre. Os cobertores também são enviados a abrigos que resgatam animais.

MDS no RS

O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) já autorizou o repasse de R$ 928 milhões para ações no Rio Grande do Sul, entre elas a unificação do pagamento do Bolsa Família, a antecipação do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e do cofinanciamento da Rede SUAS, além do auxílio abrigamento e do envio de cestas de alimentos. 

Diariamente, o MDS envia 86 toneladas de alimentos (cerca de 4 mil cestas básicas) entregues pela FAB e Correios na unidade armazenadora da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em Canoas (RS). De lá, os alimentos seguem para cerca de 150 cozinhas solidárias e emergenciais da região, e para outros municípios. 

Assessoria de Comunicação - MDS

Fonte: Gov.br


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